THE ATLANTIC
Parentalidade no auge da meritocracia
“A vida se vinga da presunção de que o destino dos seus filhos está nas suas mãos. As patologias organizadas dos adultos, inclusive as suas — às vezes conhecidas como ‘política’ — encontram uma forma de infectar o mundo das crianças. E só eles podem se salvar”. É com essa reflexão que George Packer, colunista do The Atlantic, inicia um relato em primeira pessoa sobre as dificuldades e dilemas relacionados à educação de seus filhos. Pai de duas crianças, vivendo um contexto político e social em que as desigualdades sociais se aprofundam e são transferidas entre gerações, Packer reflete sobre o conceito de meritocracia já nos primeiros momentos da educação do seu filho mais velho. Partindo da complexidade dos processos seletivos para escolas particulares, que além de caras são extremamente exclusivas, passando pela alta competitividade por vagas em escolas públicas, o autor aborda as transformações políticas e culturais na sociedade norte-americana, adotando o olhar de um pai que busca o melhor para seus filhos, mas passa a se questionar o que seria esse “melhor”. A jornada que a família vive traz inúmeras perguntas sobre as nossas bolhas, sobre a convivência com a diversidade – de classe, raça e gênero – e sobre o lugar em que conceitos como privilégio e identidade se articulam com a ideia de realização e sucesso.
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