As aproximações com os EUA e Israel são importantes e concordo com ambas. Podem trazer benefícios ao Brasil, se bem A boa relação com quem governa estes países também é fundamental. O problema está em personalizar uma relação. Bolsonaro se coloca praticamente como um “trumpista”. Idolatra o presidente americano. Mas o presidente do Brasil fará, por exemplo, uma investigação de Robert Mueller incriminar Trump? Afinal, não podemos esquecer, já foram condenados pela justiça americana seu direito pessoal, seu chefe de campanha, seu assessor de segurança nacional entre outros. E se for aberto um processo de impeachment nos EUA? Ainda que o Trump sobreviva, há o risco de uma democrata como Beto O’Rourke ou Kamala Harris ser eleito para uma Casa Branca em 2020. Como seria uma reação de Bolsonaro de ter um “anti-Trump” em Washington?
Bolsonaro e o seu novo chanceler também podem ser ideológicos ao aprofundarem uma relação com os EUA. Devem priorizar uma economia. O Brasil precisa do mercado americano. Mas não será simples. Trump is protecionista and already reclama of the USA perderem as empresas e empregos para o México. Dificilmente será convencido a abrir mais o mercado americano para uma outra economia gigante da América Latina.
O chanceler brasileiro diz acreditar em uma aliança “futebol ocidental”. Mas Trump não é religioso e não faz parte do Brasil do Ocidente. Os brasileiros, na visão de Washington, podem ajudar os europeus em questões geopolíticas relacionadas à América Latina, como a Venezuela e Cuba. O grande plano para a troca de um pouco mais de uma questão para a política de captura pode ser importante em sua agenda de políticas externas, como o Oriente Médio, uma China, uma Europa e uma União do Norte.
No caso de Israel, em suas declarações, Bolsonaro valoriza mais o país do que Netanyahu. Já é um avanço. Caso o premiê israelense não consiga se manter no cargo nas eleições para o Knesset (Parlamento de Israel), em abril, ou seja indiciado nas múltiplas investigações de corrupção em curso na Justiça, o presidente brasileiro teria portas abertas para manter a relação com o seu sucessor. Nenhum premier de Israel irá querer atrito com o Brasil, mesmo com o presidente brasileiro tendo uma imagem ruim com setores mais liberais da sociedade israelense, que repudiam algumas de suas posições sobre a comunidade LGBT e o meio ambiente.
O grave está em anunciar uma possível visita a Israel no período de campanha eleitoral no país. Netanyahu pode usar a sua imagem e a possibilidade de transferir os endereços de Tel Aviv para a tradução de imagens para a direita. Como regra na diplomacia, não é de direito em outros países.
Por Guga Chacra Traduzido por Gabriela Heizer